Artigo, Prevenção

Esclerose Múltipla: mitos e verdades sobre a doença que atinge mais de 40 mil de brasileiros

04 set 2024 • fabieli soares

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica, progressiva e autoimune, ou seja, as células de defesa do corpo atacam o próprio sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal, destruindo o tecido protetor (mielina), que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que hoje entre 2 e 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, a prevalência é de 8,69 casos para cada 100 mil habitantes, em média 40 mil brasileiros têm doença. Para esclarecer dúvidas sobre a doença, o médico Maurício Hoshino, neurologista do Hospital Santa Catarina – Paulista (hospital credenciado Amafresp) esclarece mitos e verdades referentes a Esclerose Múltipla (EM):

Esclerose Múltipla é mais comum em idosos – MITO
A maioria dos casos diagnosticados de esclerose múltipla ocorre em pessoas jovens, dos 20 aos 45 anos, e majoritariamente em mulheres, ou seja, não é uma doença exclusiva dos idosos. “Muitas pessoas confundem o avanço da idade com o surgimento da EM o que não procede quando falamos de EM”, explica o especialista.

Mulheres têm mais tendência de ter esclerose múltipla – VERDADE

Sim, e por razão não completamente compreendida. Estudos apontam que a proporção é de duas mulheres para cada homem diagnosticado com a doença. “Acredita-se que fatores hormonais e genéticos desempenham um papel importante para que esse quadro ocorra”, conta Dr. Hoshino.

Quem tem esclerose múltipla vai morrer em pouco tempo – MITO

A esclerose múltipla não é considerada uma doença fatal. Com os avanços no tratamento e no manejo da doença, muitas pessoas vivem uma vida relativamente normal e têm uma expectativa de vida próxima à média da população sem doença.

Mulheres podem engravidar em tratamento para esclerose múltipla – VERDADE

Sim, mulheres com esclerose múltipla podem engravidar. “A paciente deve informar ao seu neurologista, pois alguns tratamentos para EM podem causar danos ao feto e precisam ser ajustados, bem como é necessário acompanhamento especial no período do puerpério, quando a EM pode ficar mais ativa”, explica o neurologista Maurício Hoshino.

Pessoas que não tomam sol tem mais chance de ter EM – VERDADE

Há fortes evidências de que baixos níveis desta vitamina aumentam a incidência da doença. “Ficar mais exposto ao sol, especificamente aos raios UV-B, pode ajudar na prevenção da doença. A vitamina D tem papel no sistema imunológico, sua deficiência pode contribuir para a predisposição à EM”, relata neurologista do Hospital Santa Catarina – Paulista.

Apesar de não ser uma doença hereditária filhos de pacientes têm mais chances de desenvolver a doença – VERDADE

A esclerose múltipla não é diretamente hereditária, mas há um componente genético na susceptibilidade à doença, ou seja, filhos de pacientes com EM têm um risco aumentado em comparação com a população geral: “Estima-se um aumento de risco da ordem de 2,5% a mais de chance, principalmente em parentes de primeiro grau e que a mãe seja a acometida”, conta Dr. Maurício Hoshino.

É possível prevenir a esclerose múltipla – VERDADE

Manter níveis adequados de vitamina D, evitar tabagismo e estilo de vida saudável podem reduzir o risco de desenvolver a doença ou sua gravidade.

Fonte: Hospital Santa Catarina