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Câncer de Mama: a importância da prevenção e diagnóstico precoce

26 out 2021 • Thalita Azevedo

Chegamos ao final de outubro, mês marcado pela luta contra o câncer de mama e pela conscientização da população sobre a doença – que é o tumor mais incidente em mulheres no mundo de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer) -, além de reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

Trata-se de uma doença que pode evoluir rapidamente ou lentamente. Deve-se considerar, portanto, a importância de diagnosticá-la o mais rápido possível para que o tratamento seja iniciado o quanto antes. Homens também podem ser acometidos por esse mal, mas essa é uma situação rara que representa 1% dos casos.

Causas e fatores de risco

Não há apenas uma causa para a doença. A idade, no entanto, é um dos fatores de risco mais relevantes, uma vez que quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos — e cerca de 5% a 10% dos casos têm origem genética ou hereditária. Há, ainda, outros aspectos que elevam o risco de desenvolvimento do câncer de mama, a saber:

Fatores ambientais e comportamentais

  • Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
  • Sedentarismo e falta de atividades físicas;
  • Alcoolismo;
  • Exposição frequente a raios-X.

Fatores da história reprodutiva e hormonal

  • Primeira menstruação antes dos 12 anos;
  • Não ter tido filhos;
  • Primeira gravidez após os 30 anos;
  • Menopausa após os 55 anos;
  • Uso de contraceptivos hormonais;
  • Ter feito reposição hormonal após a menopausa (principalmente por mais de cinco anos).

Principais sintomas

Entre os sintomas que indicam a possibilidade de desenvolvimento da doença, destacam-se:

  • Inchaço irregular em parte da mama;
  • Inchaço em toda a mama, alterando seu tamanho ou formato;
  • Secreção no mamilo, com sangue ou não, fora do período de amamentação;
  • Nódulo perceptível ao toque na mama ou na axila;
  • Coceira frequente nas mamas ou nos mamilos;
  • Inversão de mamilo (mamilo virado para dentro);
  • Dores nas mamas ou nas axilas;
  • Alterações na textura da pele da mama;
  • Rugosidade ou aparência de celulite na mama;
  • Ulcerações na pele e presença de odor desagradável. 

Caso algum desses sinais seja detectado, deve-se procurar orientação médica com urgência.  

Diagnóstico precoce

O câncer de mama possui 95% de chances de tratamento e cura quando detectado em seus estágios iniciais.  É altamente recomendável, assim, que as mulheres realizem mamografias anuais a partir de seu 40º aniversário. No entanto, caso haja histórico na família (mãe, irmã ou tia, por exemplo), é muito importante que esses exames comecem aos 35 anos. Em alguns casos de histórico familiar positivo, conta-se 10 anos a menos da idade do diagnóstico do familiar.

Já para mulheres mais jovens, em caso de suspeita é imprescindível solicitar exame clínico (exame de toque) ao ginecologista ou ao mastologista — que pedirá exames complementares se considerar necessário. Outra prática de extrema importância é fazer o autoexame diariamente a partir dos 20 anos de idade e, principalmente, transformá-lo em hábito — já que aproximadamente 80% dos casos de câncer de mama são detectados pelas próprias mulheres.

Vale ressaltar que o autoexame é composto por três etapas: observação diante de um espelho, a palpação em pé e a palpação deitada. Porém, é essencial manter em perspectiva que essa prática, por si, NÃO substitui a realização de mamografias anuais ou outros exames. 

Prevenção e redução de risco

Alguns estudos indicam que o risco de surgimento da doença pode ser reduzido em até 30% por meio da adoção de hábitos saudáveis como, por exemplo:

  • Praticar exercícios físicos com regularidade;
  • Manter uma alimentação balanceada;
  • Evitar bebidas alcoólicas e tabagismo;
  • Controlar o peso corporal;
  • Evitar a obesidade, principalmente após a menopausa.
  • Evitar uso de hormônios sintéticos como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.

Deve-se observar, ainda, que a amamentação também contribui para diminuir a possibilidade de desenvolvimento da doença em mulheres que tiveram filhos antes dos 35 anos. Para todos os efeitos, portanto, associar uma vida saudável a hábitos de prevenção e, principalmente, ao diagnóstico precoce, significa elevar as chances de tratamento e cura do câncer de mama, preservando a vida de milhares de mulheres todos os anos no Brasil.