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Cota de outubro – Leve queda confirma a estabilidade, mas ainda em patamar elevado

17 nov 2021 • Thalita Azevedo

Confirmando os nossos dois últimos relatórios, este é o terceiro mês no qual nos apoiamos para considerar que há um comportamento de estabilização de uso. Entretanto, permanece a constatação de que precisamos baixar o patamar do valor da cota, afinal o uso estável não quer dizer uso ideal.

Por isso, estamos avançando num conjunto de medidas que podem reduzir o referido patamar. Neste último mês, a Diretoria Executiva e a Comissão de Saúde do Conselho Deliberativo trabalharam nessas medidas, que em breve chegarão ao conhecimento de todos. Essas medidas não alteram as premissas de rateio e liberdade de escolha, porém, restringem as possibilidades de uso abusivo. Além disso, será criado um novo serviço baseado no conceito do cuidado integral, que se traduz no acompanhamento da saúde dos filiados e seus familiares em toda sua jornada na rede credenciada, buscando evitar o adoecimento e monitorando os procedimentos indicados por médicos, hospitais e laboratórios.

Partilharemos com todos vocês o andamento dessas medidas.

Conforme temos feito todo mês, passamos a explicar os custos efetivos do mês que passou, com o valor real da cota de setembro e a previsão do mês de outubro.

COTA REAL DE SETEMBRO

O mês de setembro apresentou uma redução em relação ao mês de agosto (3,5%), porém ainda permaneceu acima da média do período em 7,22%.

As internações continuam representando o maior volume das despesas:

Em relação a agosto, somente as Consultas tiveram um aumento expressivo (12,43%), porém, avaliaremos os desempenhos do mês em relação à média do período, uma vez que agosto foi um mês de alto custo.

Em relação à média:

– Exames: R$ 608 mil e 20,26% acima da média do período;

– Consultas: 276 mil e 24,66% acima da média do período;

– Quimioterapia e Radioterapia: R$ 182 mil e 15,28% acima da média;

– Compras Médicas: R$ 111 mil e 11,81% acima da média do período;

– Terapias: 108 mil e 10,93% acima da média.

Como item mais importante das despesas também discorreremos sobre o desempenho das internações em setembro que praticamente ficaram dentro da média do período, 21 mil e 0,19% acima.

A quantidade de internações apresentou uma pequena alta de 1,93% em relação ao mês anterior e 2,50% acima da média.  O custo caiu em relação ao mês anterior em 4,84% e está praticamente equiparado com a média do período, com 0,19% acima.

Como relatamos nos informes anteriores, a UTI é um dos fatores que encarecem as internações, portanto vamos avaliá-la.

Em setembro, identificamos que as Diárias de UTI tiveram um discreto aumento em relação ao mês anterior, porém permaneceram abaixo da média do período, contribuindo para a redução dos custos do mês.

Monitorando o aumento dos procedimentos cirúrgicos, identificamos uma demanda reprimida por esse tipo de serviço, pois houve uma redução em setembro em relação a agosto. Porém, a quantidade de procedimentos Invasivos ainda está acima dos meses anteriores:

Quanto aos exames, apesar de uma pequena redução em relação ao mês anterior, 3,5% na quantidade e 2,17% em relação ao custo, os valores de exames em setembro estão muito acima da média do período. São 11,86% em relação a quantidades e 20,26% em relação ao custo. Novamente os exames foram determinantes para o patamar da cota. Como observamos no gráfico está se consolidando a tendência de aumento e utilização por uma demanda reprimida do período da pandemia:

As consultas, em setembro, apresentaram um aumento muito expressivo em relação aos meses anteriores. Nas quantidades foram 19% em relação ao mês anterior e 18,56% em relação à média do período. No valor os percentuais foram 12,43% em relação ao mês anterior e 24,55% em relação à média. Identificamos dois motivos importantes para o aumento: um foi o sistema Unimed que apresentou um acumulo nas cobranças de consultas em setembro que estavam atrasadas e o outro foi o aumento na utilização dos serviços.

As diferenças percentuais entre quantidade e custo em relação as médias do período estão principalmente relacionadas aos custos das consultas por telemedicina, que além de terem menor custo para Amafresp não geram valores agregados com materiais, medicamentos, taxas, exames, etc.

No que concerne às quimioterapias e radioterapias, identificamos uma redução nos custos com Quimioterapia em relação ao mês anterior, mas permanecendo acima da média do período. Foram 7,5% em relação ao mês anterior e 15,28% acima da média do período. A quantidade de pacientes atendidos novamente apresentou uma redução, 22,64% em relação ao mês anterior e 7,08% abaixo da média do período.

Como sempre informamos, Quimioterapia e Radioterapia possuem um custo de grande variação, pois depende do ciclo do tratamento que o paciente está realizando e das medicações que fazem parte desse ciclo. Outra informação relevante é que os medicamentos representam em torno de 80% das despesas.

Abaixo a lista com os 15 medicamentos mais caros do mês de setembro:

MedicamentoSoma de Sinistro
DALINVI264.544,04
KEYTRUDA168.289,92
AVASTIN90.519,05
OPDIVO86.478,21
REVLIMID (LENALIDOMIDA)56.041,32
KADCYLA47.511,93
NEULASTIM37.104,14
CYRAMZA35.470,00
PERJETA (PERTUZUMABE)30.474,20
OXALIBBS29.939,96
CAMPTOSAR26.263,21
ERBITUX23.412,17
FASLODEX21.055,51
FAULDLEUCO20.515,85
ALIMTA13.714,40

No quesito Compras Médicas, que é composto por todas as compras de medicamentos, órteses, próteses e materiais especiais utilizados nos procedimentos cirúrgicos, a Amafresp faz essas compras diretas para retirar os atravessadores do processo e reduzir o custo. Vejam no mês de setembro houve uma redução em relação ao mês de agosto, mas o valor permanece acima da média. Esse tipo de despesa está intimamente ligada com a utilização dos serviços de internações cirúrgicas e tratamentos mais complexos, como quimioterapias, escleroses, hepatites, entre outras:

As Terapias ainda permanecem muito acima da média do período, com 10,93% acima em relação ao valor e 11,89% em relação à quantidade. Essa evolução confirma a tendência de retomada dos serviços que foi afetada pelas restrições da pandemia:

Concluímos que está se confirmando a tendência de retomada acelerada da utilização dos serviços de diagnósticos, consultas, terapias e das internações motivadas por tratamento cirúrgico, mantendo a cota em valores acima de R$ 600,00, sendo que em setembro fechou em R$ 620,79.

PREVISÃO DA COTA DE OUTUBRO

Quanto à cota de outubro, temos a previsão de queda em relação a setembro, sendo que o valor é de R$ 590,41 e o valor da cota cobrada será de R$ 600,00, pois com isso conseguiremos cobrir, um pouco, as últimas retiradas feitas no Fundo de Reserva da Amafresp.

Conforme já dissemos, a Amafresp utiliza uma reserva financeira que é constituída em períodos de custos mais baixos, sendo que com ela é possível amenizar as oscilações e cobrar valores mais previsíveis. Com o aumento do custo assistencial, desde setembro de 2020, valores têm sido resgatados dessa reserva financeira, sendo que, entre setembro de 2020 e setembro de 2021, foram resgatados R$ 21.628.546,44 do fundo e creditados somente R$ 2.080.822,98. Tais resgates foram possíveis porque, nos primeiros meses de pandemia, os custos assistenciais caíram significativamente e foram feitos aportes de quantias expressivas no Fundo de Reserva.

Salientamos, portanto, que estabelecer o valor da cota em R$ 600,00 para o mês de outubro de 2021 foi uma atitude de prudência, frente às possíveis oscilações do valor da cota.

OBS 1: Custo e cota real de outubro que teremos em novembro

Passamos então a explicar a previsão de R$ 590,41 para setembro.

O custo assistencial de outubro teve uma redução em relação a setembro. Observamos uma queda de aproximadamente R$ 600,000,00 nos custos de ambulatório, R$ 270.000,00 em internações e R$ 30.000,00 em remoções, sendo que em ambulatório estão todos os outros procedimentos que não sejam internação, comprar médicas e remoções. A tabela abaixo mostra o custo por procedimento e mencionada redução:

No que se refere às glosas (faturamentos não recebidos ou recusados nas organizações de saúde, por problemas de comunicação entre clínicas e convênios), em outubro, tiveram um aumento de R$ 190.000,00 em relação a setembro, que totalizaram R$ 657.761,34. Como já dissemos, esse valor entra como receita no cálculo da cota e, portanto, diminui o custo final.

A compra de materiais e medicamentos, em setembro, somaram R$ 1.055.369,02 e, em outubro, temos a previsão de pagamento de R$ 979.083,26, ou seja, uma queda de R$ 76.285,76.

A previsão da receita de reciprocidade em outubro é de R$ 2.133.815,33 e a de setembro fechou em R$ 2.146.491,17, não gerando grandes diferenças no valor da cota.

Quanto às receitas de franquias e coparticipações, tivemos um aumento em outubro, cuja previsão é de recebermos R$ 554.093,45 e em setembro recebemos R$ 148.700,32.

No cálculo final, para chegar ao custo e assim ao valor na cota, entram, ainda, as despesas com reembolso, taxa de administração e algumas outras despesas gerais que são devolução de cotas, depósito que a Afresp faz em juízo, de 4% do valor do Cofins, referente às aplicações financeiras, como investimentos do recurso Amafresp (fundo de reserva, fundo da ANS etc.) que, em outubro, são respectivamente R$ 100.000,00; R$ 1.617.000,00 e R$ 25.000, 00. Entra também a receita com compensação de INSS que é de R$ 151.000,00.

No cômputo geral, em outubro, a previsão é de que teremos uma redução no valor da cota na ordem de R$ 30,38 (cota real de setembro R$ 620,79 e cota prevista para outubro R$ 590,41).

Finalizando, já está disponível na área restrita dos sites da Afresp e da Amafresp os painéis de indicadores da Amafresp. Por meio deles, diversos questionamentos dos filiados poderão ser elucidados, além de permitir que novos questionamentos possam surgir. O amadurecimento do conhecimento sobre a Amafresp sem dúvida nos ajuda a fazer a melhor gestão do plano.